Volume pode crescer quatro vezes até 2025

09/07/2023
Os usuários comuns são os que mais contribuem com seus notebooks, tablets, smartphones e impressoras

Segundo a empresa Veritas Technologies, guardar e-mails e outros dados digitais sem necessidade pode ser prejudicial ao meio ambiente, já que este material corresponde a 52% das informações armazenadas em todo o mundo. A estimativa da Veritas é de que tenham sido lançadas 6,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em 2020 com o armazenamento de lixo digital, informações esquecidas e desconhecidas até mesmo pelos responsáveis por gerenciá-las. “Maus hábitos digitais, como guardar e-mails antigos, conversas de bate-papo e arquivos repetidos na nuvem, precisam ser repensados”, afirma o coordenador pedagógico do Movimento Circular, Edson Grandisoli. 

Caso esse hábito não mude, a Veritas prevê que a quantidade de dados armazenados no mundo vai aumentar mais de quatro vezes, de 33 Zettabytes (ZB) em 2018 para 175 ZB em 2025. “A mudança de hábitos é fundamental para reduzir o lixo digital e o consumo de energia necessária para manter esses dados sem utilidade disponíveis. Ao mesmo tempo em que a digitalização é consequência do desenvolvimento empresarial e tecnológico, seu gerenciamento racional também é parte da solução para a mudança climática”, afirma Grandisoli. 

Para o Instituto McKinsey, os usuários comuns são os que mais contribuem com a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, com seus notebooks, tablets, smartphones e impressoras, gerando até duas vezes mais carbono globalmente do que os data centers específicos de empresas. Segundo o levantamento da pesquisa State of Dark Data, feita com líderes empresariais, 71% acreditam que os dados vão se tornar mais valiosos nos próximos 10 anos e 88% disseram que o mundo está migrando da era do Big Data para a era dos resultados baseados em dados. No entanto, para 85% deles, o uso adequado da Inteligência Artificial requer um gerenciamento de dados bem sucedido para evitar o lixo digital. “Deve ser prioridade para todos. Não faz sentido manter armazenadas informações obsoletas, que não são utilizadas e que as pessoas sequer se lembram de tê-las armazenadas. A economia circular passa também pelo descarte correto do lixo digital, para que possamos reduzir os impactos da mudança climática nesse importante setor econômico, o da tecnologia”, afirma. 

O coordenador pedagógico do Movimento Circular dá dicas para manter a vida digital em ordem, como cancelar a assinatura de todos os e-mails que não são lidos; enviar arquivos por links que expiram, no lugar de anexos; verificar periodicamente e-mails e outras informações que podem se descartadas e usar aplicativos para liberar espaço no celular e na nuvem. “Há muitos aplicativos que descobrem memes, arquivos repetidos e outras informações inúteis que não precisam ser guardadas. Para quem consegue, a dica de ouro é valorizar o diálogo presencial em vez de mandar mensagem”, diz Grandisoli.