Investimentos atingem R$ 2,6 bilhões em 30 dias apesar dos entraves

26/08/2023
Apesar da marca, mais de 3,1 mil pedidos de conexão foram cancelados e suspensos nos últimos meses

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os investimentos privados em sistemas de geração própria de energia solar em telhados e pequenos terrenos atingiram R$ 2,6 bilhões no Brasil nos últimos 30 dias. Os recursos aplicados nos projetos em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais saltaram de R$111,2 bilhões acumulados no início de julho, para R$113,8 bilhões no começo de agosto.
Caso o setor não enfrentasse várias restrições e entraves impostos pelas distribuidoras de energia elétrica, os investimentos poderiam ser ainda maiores. Mais de 3,1 mil pedidos de conexão foram cancelados e suspensos nos últimos meses, totalizando cerca de 1 GW em sistemas solares represados pelas distribuidoras no Brasil.

 Com tais restrições, o prejuízo calculado pela ABSOLAR ultrapassa os R$ 3 bilhões. Porém, os investimentos recentes adicionaram 500 MW na capacidade instalada de painéis solares em residências e empresas, além de gerar cerca de 15 mil novos empregos no setor, em todo o País. A potência acumulada na última década de geração própria de energia solar em telhados é de 22,5 GW, enquanto o nível de emprego acumulado no segmento é da ordem de 675 mil. 

“Olhando para o mercado internacional, vemos que os investimentos em energias renováveis já ultrapassam os do petróleo, algo inédito e significativo na história. Além disso, o investimento em novas tecnologias também confirma a pujança desse mercado, que ainda tem muito a expandir, tanto no Brasil quanto no mundo”, comenta Vania Casé, head de franquias da EcoPower, franqueadora de soluções em energia fotovoltaica.

Já Fábio Carrara, CEO da Solfácil, ecossistema de soluções solares, que conecta integradores aos consumidores, diz que as expectativas de crescimento do setor solar no Brasil são promissoras, impulsionadas pelo potencial de geração solar do País, políticas de incentivo e o interesse crescente por fontes renováveis. “Novas tecnologias, como armazenamento de energia, veículos elétricos e hidrogênio verde têm o potencial de impulsionar ainda mais os negócios”, enquanto para Mário Viana, diretor da Sou Energy, fabricante de módulos fotovoltaicos, a geração da própria energia representa liberdade, conforto e autonomia. “Como pagamos por uma das energias mais caras do mundo, ter a própria usina geradora garante um baixo custo de produção/aquisição de eletricidade, possibilitando uma redução do impacto dessa despesa no orçamento familiar ou a ampliação do conforto que antes não se fazia, além de melhorar a competividade do setor produtivo”, conclui.