Recordes históricos até julho

16/08/2021
Esta é a segunda maior marca da série iniciada em 2016, perdendo apenas para o ano passado.

Segundo dados do Sistema Deter, o acumulado de alertas de desmatamento até 30 de julho de 2021 soma 8.712 km2.  Esta é a segunda maior marca da série iniciada em 2016, perdendo apenas para o ano passado. Os três recordes da série foram batidos no governo Bolsonaro, no qual os alertas são 69,8% maiores que a média dos anos anteriores. Houve um recuo de 5,4% na área de alertas em relação a 2020, mas Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, havia prometido que o desmatamento cairia 10% no período. "O destino da floresta está nas mãos das quadrilhas de grileiros, madeireiros ilegais e garimpeiros. Hoje, são eles que determinam qual será o dado oficial de desmatamento. Na Amazônia, o crime ambiental atua livremente, e conta com a parceria do atual governo", afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. 

A análise por categorias de alertas indica que a mineração devastou 125 km2 em 2021, a maior marca desde o início da série histórica do Deter-B, em 2016. Houve alta de 62% em relação a 2018. O registro recorde coincide com o debate no Congresso Nacional do PL que prevê liberar o garimpo em terras indígenas, além do boicote de várias operações contra garimpos ilegais. Em abril de 2020, a cúpula da fiscalização do Ibama foi exonerada após uma operação de combate a garimpos em terras indígenas no Pará.

A degradação florestal (quando é removida parte da vegetação) também atingiu nível recorde de 6.062 km2 em 2021, a maior marca desde 2017, início da série histórica disponível. Houve alta de 87% em relação a 2018. Apenas o corte seletivo, ou seja, a extração de madeira, quase triplicou em área de alertas em 2020 e 2021 em relação à média dos anos anteriores. O período coincide com as ações do ex-ministro do meio Ambiente, Ricardo Salles, e do presidente suspenso do Ibama, Eduardo Bim, para afrouxar o controle da exportação de madeira — pelas quais ambos respondem hoje na Justiça.