Lixo poderia abastecer 100 milhões com energia elétrica

25/07/2022
Com 56% do lixo urbano produzido pelas 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, seria possível abastecer 100 milhões de pessoas.

Segundo estudo da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), com mais da metade do lixo urbano produzido pelas 28 regiões metropolitanas do Brasil (cerca de 56%) com mais de 1 milhão de habitantes é possível de gerar energia elétrica para 27 milhões de residências no País e abastecer uma média de 100 milhões de pessoas. O levantamento foi apresentado durante o 3º Fórum de Valorização Energética de Resíduos, organizado pela associação e realizado pelo Grupo FRG Mídias e Eventos. “A recuperação energética, tecnologia que transforma a fração não reciclável do lixo em energia elétrica, é uma prática utilizada há cerca de 50 anos na Europa e na Ásia, por exemplo, mas ainda é uma novidade no Brasil. A primeira Usina de Recuperação Energética está em construção em Barueri (SP) e certamente será a primeira de muitas”, comentou Yuri Schmitke, presidente da ABREN. 

O vice-presidente da ABREN, Rubens Aebi, ressaltou os benefícios da recuperação energética. “Essa tecnologia contribui diretamente para dois setores essenciais para o Brasil: o saneamento básico e a energia elétrica. Além disso, gera ganhos também para a saúde pública, pois o lixo que seria enviado a um lixão ou aterros sanitários ilegais passa a ter uma destinação ambientalmente correta.”

Outro modo de recuperação energética é o Combustível Derivado de Resíduos, ou CDR. O Brasil possui 38 fábricas com licença ambiental para usar o combustível derivado de resíduos, mas substitui apenas 31% do combustível fóssil por CDR, taxa que é muito maior em países europeus. Para Francisco Leme, vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABREN e especialista em CDR, “o Brasil tem um grande potencial para ampliar a geração e a utilização do combustível derivado de resíduos, o que traria benefícios como a geração de empregos, atração de investimentos redução das emissões dos gases que causam o efeito estufa e preservação dos recursos naturais”.