Grupo Aegea arremata Corsan por R$ 4,15 bilhões

20/12/2022
Com a desestatização, estão previstos investimentos de cerca de R$ 13 bilhões na companhia na próxima década.

O Grupo Aegea arrematou a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) por R$ 4,151 bilhões, com ágio de 1,15% em relação ao valor mínimo no edital, no dia 20 de dezembro, em proposta única de leilão realizado na sede da B3, em São Paulo. 

A operação tem como objetivo assegurar o cumprimento das metas determinadas pelo novo marco legal do saneamento. Até 2033, a legislação determina que 99% da população tenha acesso à água potável e 90%, à coleta e tratamento de esgoto – metas incompatíveis com a capacidade de investimento da Corsan. "A decisão de privatização veio em razão do marco legal de saneamento, da necessidade de universalização nos próximos dez anos”, disse o governador gaúcho, Ranolfo Vieira Júnior. Em julho, a Corsan já havia substituído a modelagem inicial, deixando para trás a oferta de ações e optando pela alienação integral, que foi concretizada com o leilão de hoje. “Esse processo vai significar a qualificação no atendimento para mais de seis milhões de pessoas em 317 municípios gaúchos. Será ainda um vetor de desenvolvimento econômico e, consequentemente, de desenvolvimento social”, disse Ranolfo.

Com a desestatização, estão previstos investimentos de cerca de R$ 13 bilhões na companhia na próxima década a fim de garantir maior eficiência operacional e atendimento à população. Atualmente, a Corsan atende um percentual insuficiente da demanda de esgotamento sanitário nos municípios onde atua. O secretário executivo de Parcerias do Rio Grande do Sul, Marcelo Spilki, disse que o estado tem uma proporção muito boa em termos de fornecimento de água potável, com cerca de 97% de atendimento nos municípios, mas ruim, de apenas 20%, na coleta e tratamento de esgoto. “A única forma que se tem de atender ao novo marco é com os investimentos do setor privado”, disse.

Com a alienação dos papéis da Corsan, realizada em um lote único de 630 milhões de ações, o Estado deixa de ser agente executor e passa a atuar como fiscalizador e regulador dos serviços através da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs). “Esse processo se pautou em uma missão de fazer da Corsan um case de transformação na área do saneamento. A companhia vai poder acelerar suas entregas e servir de exemplo para outras”, disse o diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti.