Tecnologia japonesa para transformar lodo em biofertilizante

20/03/2024
Esse método possibilita que se alcance patamares térmicos capazes de higienizar o lodo sem a aplicação de produtos químicos.

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) recebeu 60 toneladas de um composto produzido no Japão que será utilizado no processo de transformação do lodo de esgoto em fertilizante organomineral. O material será usado em um projeto-piloto de compostagem do lodo, que começa dentro de 30 dias na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém, em Curitiba. 

O projeto terá duração de dois anos e integra um acordo de cooperação técnica entre a Sanepar e a Kyowa Kako Co. Ltda, empresa especializada em processos de tratamento de resíduos orgânicos no Japão. O processo patenteado pela empresa japonesa faz a decomposição biológica acelerada de resíduos orgânicos em condições controladas, com o uso de microrganismos ativadores. Esse método possibilita que se alcance patamares térmicos capazes de higienizar o lodo sem a aplicação de produtos químicos. Outra vantagem é a redução significativa do tempo de tratamento do lodo.

O composto ativador japonês é uma novidade que a Sanepar irá aplicar no uso sustentável do lodo de esgoto. “Há mais de duas décadas, a Sanepar desenvolve o programa Uso Agrícola do Lodo que destina o material a agricultores para ser utilizado como adubo orgânico, com ganhos de produtividade. Avançamos para o processo de secagem térmica do lodo e agora estamos na rota do biofertilizante. Essa cooperação técnica com o Japão é mais um passo nesse processo”, afirma o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile. Na assinatura do termo de cooperação, o diretor-geral de Desenvolvimento de Negócios e membro do Conselho Administrativo do grupo japonês, Yasuhiro Matsuzawa, disse que o objetivo é desenvolver uma parceria que possa ser referência nacional. “Esperamos que a nossa tecnologia ajude o Paraná a colocar em prática os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente diminuindo os gases de efeito estufa, tornando esse tratamento de esgoto em um modelo mais sustentável para o Brasil e o mundo”, afirmou