Produção de energia a partir de resíduos é destaque

09/12/2023
O papel das soluções integradas de gerenciamento do lixo tem se tornado cada vez mais necessário

A Secretaria de Negócios Internacionais, representando o Estado de São Paulo, mediou debate sobre gerenciamento de resíduos para limitar o aquecimento global na COP28, realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados árabes Unidos. O papel das soluções integradas de gerenciamento do lixo tem se tornado necessário e o painel tratou da necessidade de transformar os lixões em aterros sanitários, gerando um tratamento adequado aos resíduos e a possibilidade de transformá-los em biocombustíveis. “O marco apresenta formas de financiar o tratamento adequado ao resíduo sólido, para que seja realizado da melhor forma para o meio ambiente e para a produção da biomassa e biocombustíveis”, disse Lucas Ferraz, secretário de Negócios Internacionais. 

A universalização do serviço de saneamento básico também foi pauta no encontro. “Temos um marco temporal para realizar esse processo até 2033 e o Estado de São Paulo pretende, através da privatização da Sabesp, antecipar esse prazo e concluir a universalização desse serviço em 2029”, declarou o secretário. Outro ponto de debate foi a criação de um mercado de carbono e a produção de incentivos para que as empresas produzam cada vez de forma mais limpa e através de fontes renováveis de energia. “Os marcos regulatórios que estão sendo discutidos no Brasil são de extrema necessidade para que os produtores tenham mais segurança jurídica, previsibilidade e transparência para a produção de biocombustíveis”. 

No contexto de comércio internacional, o encontro abordou debates sobre o CBAM (mecanismo de ajuste de carbono na fronteira), que está sendo instituído na União Europeia e que visa cobrar tarifa adicional para os países exportadores em função da pegada de carbono embutida no produto. “O Estado de São Paulo é o maior exportador do Brasil para a União Europeia e, evidentemente, isso é uma preocupação. Ao mesmo tempo, isso também vai criar incentivos para que as empresas exportadoras que estão focadas no mercado europeu, busquem fontes renováveis de energia. Isso vai estimular a busca por energia produzida a partir da biomassa no Estado de SP”, finalizou o secretário. Ao lado do secretário, participaram do seminário Milton Pilão, CEO da Orizon, Carlos Silva Filho, presidente da ISWA (Associação Internacional de Resíduos Sólidos), María Teresa Ruiz-Tagle, diretora executiva do CLG Chile (Grupo de Líderes Corporativos para Mudanças Climáticas) e Jiao Tang, COO do Catalytic Finance Foundation.