Parceria quer reutilizar água de mineroduto

13/06/2022
Segundo a empresa, o volume de reaproveitamento da água chegaria a 0,3 m³/s de água reutilizada. 

A Anglo American e o Porto de Açu assinaram parceria para estudar em unidades industriais o reuso da água utilizada na operação do mineroduto, que transporta minério de ferro de Conceição do Mato Dentro (MG) ao empreendimento portuário, em São João da Barra (RJ). O minério sai da planta da Anglo American e atravessa 29 municípios até o Porto do Açu, onde passa por um processo de filtragem, com a separação da água e do minério. Posteriormente, o minério é armazenado para exportação. Atualmente, o efluente gerado pelo sistema de filtragem da água é tratado e majoritariamente descartado ao mar, seguindo estritamente todos os padrões legais. Segundo a Anglo, o volume de reaproveitamento da água chegaria a 0,3 m³/s de água reutilizada. 

O trabalho conjunto vai avaliar o tratamento e a utilização de parte desse efluente nas plantas industriais do complexo (atuais e futuras), para que, gradativamente, o efluente deixe de ser descartado no mar e passe a ser reutilizado. “Esta é mais uma parceria que vai ao encontro do nosso propósito de reimaginar a mineração para melhorar a vida das pessoas. Ela está alinhada com as metas e os objetivos do nosso Plano de Mineração Sustentável. A ideia é elevar o reuso ao máximo possível em nossas operações”, explica Tiago Alves, gerente de meio ambiente da Anglo American. Segundo Wilfred Bruijin, CEO da Anglo American no Brasil, a companhia trabalha cada vez mais para incentivar e construir um ambiente cada vez mais sustentável, com soluções em prol da sustentabilidade e da sociedade em geral. “Temos metas consistentes em nosso Plano de Mineração Sustentável e trabalhamos de maneira sólida para atingi-las”, afirma.

O Porto de Açu está em operação desde 2014 e ergue o maior parque de geração de energia a partir de gás natural da América Latina, com um terminal de GNL e uma termoelétrica de 1,3 GW já em operação, e uma segunda termoelétrica de 1,7 GW em início de construção. Além disso, o local conta com a maior base de apoio logístico offshore e duas das maiores fábricas de dutos flexíveis para escoamento de petróleo e gás do mundo. O Porto prevê a industrialização com projetos de energia renováveis e baixo carbono, tais como energia solar, hidrogênio verde e eólica offshore. “As empresas instaladas no Porto do Açu necessitam de água para diferentes atividades e representam relevante demanda para água de reuso. A iniciativa estimula as práticas de economia circular da água, em linha com as estratégias de sustentabilidade do Grupo Prumo. O efluente também poderá ser reutilizado por empresas que implantarão novos projetos industriais e renováveis no porto, como usinas termelétricas, planta de fertilizantes, produção de pellets, petroquímicas, hidrogênio verde e aço verde”, afirma José Firmo, CEO do Porto do Açu.

A Anglo American adquiriu no âmbito de seu Plano de Mineração Sustentável 235 MW médios de energia elétrica renovável (eólica e solar) da Casa dos Ventos e tornou-se autoprodutora de energia renovável. Hoje, a matriz de energia elétrica da companhia no Brasil é 100% renovável. A parceria é responsável por uma redução de 30% nas emissões de carbono relacionadas ao consumo de energia elétrica pela companhia no país. Além disso, a Anglo recuperou mais de 22 hectares em áreas protegidas e investe no desenvolvimento regional sustentável das comunidades anfitriãs de seus empreendimentos com o objetivo de contribuir para a biodiversidade local. Em parceria com o Instituto Espinhaço, a empresa investe R$ 2 milhões em um projeto que vai recuperar 23 nascentes degradadas das bacias do rio Santo Antônio, que nasce no município de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, além de cerca de 8 mil metros lineares de áreas de preservação permanente da região.

A Anglo American direciona ainda mais R$ 7 milhões ao programa Juntos pelo Araguaia, lançado pelo Governo Federal em parceria com os governos do Mato Grosso e Goiás. Trata-se de uma iniciativa de revitalização de bacias hidrográficas do Brasil. O objetivo é promover ações de recomposição de áreas florestais, preservação de nascentes e conservação do solo e da água na Bacia do Rio Araguaia, além de implantar ações de saneamento em cidades da região.

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