InvestSP prevê que setor privado pode aportar cerca de R$ 26 bi

17/01/2024
A agência quer tornar o setor privado um parceiro estratégico do poder público para descarbonizar a cadeia produtiva paulista

Agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a InvestSP quer tornar o setor privado um parceiro estratégico do poder público para apoiar as ações do Governo de São Paulo para descarbonizar a cadeia produtiva paulista. Os focos principais são a descarbonização, neoindustrialização e economia circular e, para isso, a InvestSP passou a dar apoio estratégico a vários órgãos da administração estadual em ações e programas voltados para a transição energética.

Um dos destaques é a atuação junto à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), responsável pelo Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), que tem como meta uma matriz de carbono líquido zero. Nessa trilha, o Estado se compromete a criar políticas que incentivem agentes públicos e privados a buscar tecnologias menos poluentes ou compensar as emissões de gases do efeito estufa por processos que removem CO2 da atmosfera. Para dar suporte às diretrizes do plano, a InvestSP mapeou 23 projetos privados que já estão em andamento em São Paulo, focados em transição energética, que devem receber quase R$ 25,7 bilhões em investimentos e gerar 7,7 mil empregos. Dentre esses projetos estão a produção de carros que utilizam motores híbridos-flex como alternativa sustentável à gasolina; e a construção ou reforma de fábricas e usinas que gerem energia ou combustíveis renováveis a partir de fontes sustentáveis, como bagaço de cana e resíduos sólidos urbanos.

Toyota, Syngenta, Votorantim Cimentos e Bracell são algumas das empresas que, nos últimos meses, apoiadas pela InvestSP e a SDE, anunciaram investimentos focados em transição energética no Estado. “Compensar as emissões de carbono não depende apenas do poder público, mas também da adoção de métodos produtivos e de uma logística de baixo carbono pelo setor privado. Cabe a nós incentivar e garantir todas as condições para que esse tipo de investimento cresça em São Paulo”, diz a diretora de Estratégia e Inteligência da InvestSP, Marília Garcez. Ao longo de 2023, a InvestSP assinou uma série de parcerias para garantir que a iniciativa privada, o setor produtivo, o poder público e a academia trabalhem em conjunto na atração de investimentos em transição energética. Por exemplo, com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Universidade de São Paulo (USP), por meio do InovaUSP.

Um segundo acordo foi assinado com a GWM, montadora chinesa que investirá R$ 10 bilhões em uma fábrica em Iracemápolis, no interior do Estado. A empresa trabalhará em parceria com a InvestSP em estudos e projetos para a implantação de uma rota logística de veículos movidos a hidrogênio e a identificação de parceiros para geração e fornecimento do combustível a partir de fontes renováveis. A InvestSP aposta no potencial de São Paulo para a geração de hidrogênio de baixo carbono a partir da reforma do etanol, matéria-prima da qual o Estado é o maior produtor do país. 
Além de substituir combustíveis poluentes, como gasolina e diesel, o hidrogênio também pode ser usado como insumo por indústrias de vários setores por estar presente, por exemplo, no processo de produção da amônia verde, usada na fabricação de fertilizantes. As apostas para uma economia limpa também passam pelo incentivo ao biometano (gás produzido a partir de materiais biológicos), à amônia verde (principal matéria-prima para a fabricação de fertilizantes verdes), ao etanol de segunda geração (também produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar) e outras alternativas verdes para abastecer as cadeias de energia, gás, transportes e indústria.