ANA assina parceria para monitoramento por satélites

14/10/2021
O uso de dados de satélite permite solucionar limitações de custo e logística, assim como possibilita a recuperação de dados pretéritos.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) iniciaram as atividades do projeto de cooperação técnica Monitoramento Hidrológico de Rios e Lagos por meio de Satélites (HidroSat), assinado em julho e com vigência até 2026. O acordo dá continuidade a uma parceria entre as duas instituições, que já realizaram o projeto Monitoramento Espacial Hidrológico de Grandes Bacias (MEG-HIBAM) entre 2009 e 2015. 

A iniciativa do Hidrosat também visa aprimorar as metodologias aplicadas na coleta, tratamento e integração dos dados de altimetria espacial e de sensoriamento remoto óptico – ambas são formas de monitoramento por satélite. Com isso, serão gerados dados e informações de quantidade e qualidade de águas não monitoradas com estações da Rede Hidrometeorológica Nacional, especialmente em locais de difícil acesso.

O uso de dados de satélite permite solucionar limitações de custo e logística, assim como possibilita a recuperação de dados pretéritos. A parceria favorece também um monitoramento integrado de parâmetros, como vazão e concentração de sedimentos em suspensão nos corpos d’água, além de facilitar o intercâmbio de conhecimento entre países sul-americanos, sobretudo das bacias Amazônica e do Prata. A nova parceria entre ANA, IRD e ABC também contribuirá para o fortalecimento institucional da Agência e de instituições parceiras, além de permitir a capacitação de técnicos envolvidos no monitoramento de rios e lagos em diferentes regiões do País.

Tecnicamente, a cooperação utilizará novos sensores espaciais, o que permitirá um monitoramento por satélite de rios e lagos menores do que atualmente é possível acompanhar tanto em águas nacionais quanto em regiões transfronteiriças. Para tanto, será necessário desenvolver novas ferramentas para processar imagens de alta resolução espacial, inclusive por meio de processamento de dados em nuvem. 

É prevista a criação ou adaptação de sistemas automatizados para processar dados de satélite que permitam tanto estimar parâmetros de qualidade de água, como a concentração de sedimentos em suspensão e de clorofila “a”, quanto determinar o nível d’água em rios e reservatórios.