AMAZÔNIA

Sensores vão coletar dados sobre espécies

07/03/2017
Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Instituto Mamirauá irá coordenar o projeto Providence em três fases. O trabalho conta com a parceria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), The Sense of Silence Foundation e Laboratório de Aplicações Bioacústicas da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC). 
Serão instalados sensores com microfones e câmeras sob a copa das árvores para coletar informações sobre o comportamento das espécies no interior da floresta amazônica de forma contínua. Imagens e sons serão enviados em tempo real para pesquisadores do Instituto Mamirauá. Até março de 2018, dez sensores serão instalados em diferentes pontos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na interior da Amazônia. Na primeira fase do projeto, iniciada em outubro de 2016 e com duração de 18 meses, os pesquisadores vão avaliar se a rede de sensores terá capacidade de captar sons e imagens de animais a partir de amostras. Para isso, foram escolhidas dez espécies, entre elas, onça-pintada, macaco-guariba e boto-cor-de-rosa. A escolha desses animais foi feita por causa dos sons característicos, abundância na região e carisma. Para executar essa tarefa, o projeto conta com U$S 1,4 milhão da Fundação Gordon and Betty Moore.
 
Segundo o pesquisador Emiliano Ramalho, que coordena o grupo de monitoramento do Instituto Mamirauá, os dados são essenciais para as estratégias de conservação de espécies e criação e gestão de unidades de conservação. "Uma das principais preocupações dos cientistas em todo o mundo é a biodiversidade e a extinção das espécies. Ter uma avaliação precisa da biodiversidade de uma área como a Amazônia é essencial, porque, só assim, podemos ter ideia do impacto das atividades humanas nesse ambiente natural. “No futuro, as informações captadas serão enviadas para uma plataforma online e também serão disponibilizadas à comunidade. A intenção é que a população aprenda sobre as espécies e participe do monitoramento. Ao final do projeto, a expectativa é ter mil aparelhos espalhados pela floresta", revelou.
 
Entre os parceiros no projeto, a Universidade Federal do Amazonas possui experiência em engenharia de sistemas, desenvolvimento de software e redes de sensores. Já a organização The Sense of Silence Foundation é uma instituição pública dedicada ao ensino superior e à pesquisa especializada em engenharia e tecnologia, enquanto a CSIRO é uma instituição australiana que participa do projeto com o Autonomous Systems Lab, que desenvolve pesquisa em robótica, redes de sensores e sistemas autônomos.