MUDANÇAS CLIMÁTICAS

PNUD lança relatório sobre aquecimento

23/11/2016

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou relatório que examina os benefícios e as oportunidades de limitar o aquecimento médio do planeta em 1,5° C sobre os níveis pré-industriais, conforme estabelecido como meta pelo Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. O lançamento ocorreu na última semana da COP-22, encerrada dia 18 de novembro, em Marrakesh, Marrocos.

A principal conclusão do estudo é de que o crescimento econômico medido pelo PIB seria 10% superior, o que significa US$ 12 trilhões a mais, se o limite de 1,5 ° C for mantido, em comparação com as políticas atuais que levariam a temperatura a subir a 3° C ou mais. O relatório mostra também que a meta de 1,5 ° C é viável, exigindo emissões globais zeradas de CO2 em meados do século e a quota de investimento de energia renovável chegando perto de 100% do mix de energia.

O relatório aponta ainda que limitar o aquecimento a 1,5° C criaria 68% mais empregos relacionados à energia em 2030 em comparação com as políticas atuais. A energia renovável com vantagens off-grid é a chave para enfrentar a pobreza energética, segundo o relatório, já que praticamente todos os países são capazes de produzir múltiplos de suas necessidades energéticas atuais apenas a partir de fontes renováveis. Pela primeira vez, o relatório mostra que uma trajetória de 1,5° C reduz em um mês inteiro o comprimento de ondas de calor extremas a cada ano para a maioria das regiões tropicais em meados do século, impedindo o desaparecimento dos recifes de coral e da camada de gelo da Groenlândia.

O Low carbon Monitor foi encomendado pelo Climate Vulnerable Forum e desenvolvido independentemente junto com o Climate Analytics, instituto de ciência e políticas climáticas. Kare Debassa, Ministro do Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas da Etiópia - e atual presidente do Climate Vulnerable Forum - disse que o limite de 1,5° C é uma questão de sobrevivência para os países vulneráveis. "Mas como nações em desenvolvimento, nós não podemos dar as costas a oportunidades de criação de empregos, de proteger nosso crescimento, melhorar a saúde e aumentar o acesso à energia", disse ele, acrescentando que "também vamos prosperar trabalhando por 1,5".