O que a tecnologia tem a ver com esgoto e qualidade de vida?

11/06/2021

Por Mateus Souza *

Neste mês do meio ambiente, considero lamentável que grande parcela da população brasileira ainda não tenha acesso a água potável e encanamento sanitário. Sabemos que esse fato está diretamente associado aos indicadores de saúde e qualidade de vida. Mas o Brasil integra estatísticas divulgadas pela ONU dando conta de que, em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas não possuem instalações sanitárias adequadas. E 46,3% dos brasileiros não contam com esgoto tratado, de acordo com o Instituto Trata Brasil. 

Você poderia perguntar o que um engenheiro especialista em tecnologias de automação tem a ver com isso. Tudo, eu diria! O caminho para a modernização das instalações brasileiras passa, obviamente, pela legislação. E nesse quesito temos o Novo Marco do Saneamento, que, apesar das contestações judiciais por parte de empresas estatais, é a base para possibilitar novos investimentos onde hoje o poder público não chega. 

Mas a ampliação do acesso a água encanada e esgoto tratado também passa pela tecnologia, e essa está disponível no Brasil, felizmente. O uso de válvulas que impedem vazamentos e duram mais é uma das principais recomendações que eu daria a qualquer empreiteiro que pretenda investir em redes de água e esgoto hoje. 

Isso porque elas compensam ao exigir menos manutenção, e já vêm revestidas com materiais próprios contra a corrosão de químicos ou outros agentes agressores desses fluidos. 

“Modernidade” no esgoto? Sim, você leu bem. São necessários níveis de estanqueidade, ou seja, zero vazamentos, e baixíssimo nível de manutenção para que o investimento compense. E isso se consegue com técnicas e equipamentos adequados. 

O acionamento dessas válvulas pode ser feito de maneira remota e automatizada, sem precisar deslocar-se rio abaixo, por exemplo: essa é uma das possibilidades trazidas pela tecnologia num cenário de comunidades afastadas. 

Com essas facilidades à disposição, vejo muitas empresas crescendo, e dobrando as expectativas de faturamento dentro desse contexto: bons equipamentos, com preço justo, instalados onde há maior demanda. Vejo também ampliações em plantas já existentes de tratamento de água. 

Estamos num momento tenso em que os grandes investimentos planejados dentro do contexto do Novo Marco Regulatório do Saneamento são colocados em xeque. Mesmo assim, até 2033, o objetivo é provocar a maior entrada de investimento privado nos serviços de saneamento brasileiros. 

Com vontade política e equipamento adequado, podemos ver essa meta tornar-se realidade – e mudar a vida de muita gente. 


* Mateus Souza é Gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle para a área de Energia e Indústria.