ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Gases nobres ajudam a compreender origem na Austrália

17/09/2019
Em colaboração entre a CSIRO e a Universidade de Adelaide, a instalação ATTA (Atom Trap Trace Analysis) utiliza física avançada do laser para contar átomos individuais dos gases nobres, como Argon e Krypton, que são naturalmente encontrados nas águas subterrâneas e nos núcleos de gelo. Esta é a primeira instalação no Hemisfério Sul que, combinada com a Noble Gas Facility do CSIRO no campus Waite, em Adelaide, oferece à Austrália uma das mais abrangentes capacidades de análise de gases nobres do mundo. "A Austrália depende de suas águas subterrâneas para 30% de seu suprimento de água para consumo humano, irrigação e mineração", disse o professor Andre Luiten, diretor do Instituto de Fotônica e Detecção Avançada da Universidade, que abriga a instalação ATTA. 
 
O objetivo é medir concentrações ultra baixas dos gases nobres radioativos e permitir que os pesquisadores compreendam a idade, origem e interconectividade das águas subterrâneas e como elas se movem no subsolo através do espaço e do tempo. "Com as mudanças climáticas e períodos de seca prolongada, as águas superficiais estão se tornando cada vez mais confiáveis e o uso das águas subterrâneas está aumentando, mas precisamos garantir a sustentabilidade das mesmas”. 
 
A capacidade analítica da ATTA também permitiria que os pesquisadores estudassem mais profundamente o passado do clima da Antártica, construindo um entendimento das mudanças ambientais globais. O cientista principal sênior do CSIRO, Dr. Dirk Mallants, disse que a nova instalação do ATTA permitirá que os pesquisadores determinem a idade das águas subterrâneas de décadas e séculos até um milhão de anos. "Isso nos permite entender as fontes de água, de onde vem e quais são as taxas de recarga", disse Mallants.
 
A nova instalação ATTA é parcialmente financiada pelo Conselho Linkage de Pesquisa australiana, Infraestrutura, Equipamentos e Instalações. Energia, mineração e recursos são uma prioridade fundamental do setor para a Universidade de Adelaide e a sustentabilidade ambiental é um foco de pesquisa. Em 2017, o CSIRO, agência nacional de ciência da Austrália e a Universidade de Adelaide, anunciaram um novo acordo para promover pesquisas em áreas-chave de força mútua, com benefícios potenciais significativos para a economia, sociedade e meio ambiente australianos.