SUSTENTABILIDADE

Dejetos de suínos geram energia no Paraná

15/12/2015

Através de um convênio firmado entre a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), as edificações e a iluminação pública de Entre Rios do Oeste, município situado na região Oeste do Paraná, utilizarão energia gerada a partir de resíduos da suinocultura e avicultura. Na primeira fase do projeto, que terá início em janeiro de 2016, serão investidos R$ 17 milhões para dotar 19 propriedades rurais de biodigestores, que armazenarão os dejetos. Por meio do processo de biogestão, é produzido biogás, que é canalizado para uma central termelétrica com potência instalada de 480 kilowatts (kW). A infraestrutura contará com 22 km de biogasodutos.

O sistema é semelhante ao já empregado pela Itaipu, CIBiogás e outros parceiros em um projeto que une 34 produtores da microbacia do rio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon. Porém, enquanto em Rondon a produção diária é de 800 m³ de gás, em Entre Rios a produção nesta fase inicial será de 5 mil m³, com capacidade para chegar a até 17 mil m³ nas etapas posteriores.

O comunicado oficial garante que os 480 kW desta fase inicial serão suficientes para suprir toda a demanda da prefeitura, abrangendo edificações públicas (como escolas, postos de saúde e repartições), iluminação pública e outros serviços que demandam energia, como poços artesianos. Os produtores rurais serão remunerados proporcionalmente à energia gerada.

“Neste mês, a conta de luz da prefeitura é de 82 mil reais”, informou o prefeito. “Nossa expectativa é que o projeto comece a dar resultados já em 2016”, completou.

Com uma população de 4 mil pessoas e um plantel de aproximadamente 130 mil suínos, Entre Rios está transformando um enorme passivo ambiental em fator de desenvolvimento. Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu, explica que “o gás metano (resultado da decomposição dos dejetos) é venenoso para a atmosfera. Ao transformá-lo em energia, estamos transformando um problema em solução e viabilizando, do ponto de vista ecológico, um aumento na produção. Ou seja, com esse sistema, é possível produzir mais e gerar mais emprego e renda, sem prejudicar o meio ambiente”. O projeto poderá ser replicado em outras regiões do Paraná, dando mais sustentabilidade à produção pecuária estadual.