SANEAMENTO BÁSICO

Brasil longe de atingir universalização

22/03/2016

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, com o atual ritmo de investimento no setor de saneamento básico o Brasil não conseguirá atingir as metas para universalizar os serviços até 2033. Atualmente o País ocupa a 10ª posição em coleta de esgoto quando comparado a outros 17 países da América Latina. O Brasil fica atrás de países como Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

De acordo com informações do Governo Federal, apenas 49% da população tem o esgoto coletado em casa. Em 2010, o índice era de 46%, ou seja, avançamos apenas 3% ao longo de 5 anos. Um número alarmante, segundo o Presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos. “Éramos para liderar esse ranking e no final nós estamos aí com mais da metade da população que não tem sequer coleta de esgoto. Então, a ideia é chamar a atenção de que a gente precisa progredir nesse indicador se quisermos um dia realmente chegar ao nível dos países desenvolvidos. É um indicador parcial, porque não fala do tratamento de esgoto, então sabemos que em países como a Bolívia, mesmo o Peru e a Venezuela, falta muito de tratamento de esgoto, mas o afastamento das casas lá está um pouco melhor do que no Brasil”.

A persistir nesse ritmo, o especialista em saneamento básico e economista, Gesner Oliveira, que participou do levantamento, avalia que as metas estipuladas em 2013 no Plano Nacional de Saneamento Básico, o Plansab, não serão atingidas. “A meta do Plansab, que já é uma meta modesta, é de chegar à universalização dos serviços de água e esgoto, que inclui coleta e tratamento de esgoto, em 2033. O ritmo de avanço é tão lento que coloca a meta da universalização apenas em 2052, o que é inaceitável do ponto de vista social e sanitário”.

Entre as 100 maiores cidades brasileiras, as principais capitais não figuram entre as dez primeiras nos serviços de saneamento básico. Rio de Janeiro, por exemplo, sede dos jogos Olímpicos, é a 50ª colocada. O levantamento aponta ainda que dos R$ 12 bilhões gastos em saneamento em 2014, metade foi investido nas cem maiores cidades do País.