SANEAMENTO

Brasil apresenta condições de investimentos

21/03/2017

O diretor presidente da Acciona no Brasil, André Clark Juliano, comentou,  durante o evento “As Soluções para o Saneamento Básico e os Recursos Hídricos no Brasil”, realizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), em São Paulo, que o Brasil apresenta diversas oportunidades de investimentos, com novos projetos greenfield e um grande mercado para expansão. Segundo ele, há muito capital internacional disponível, o que pode acelerar essa interação entre o setor público e privado, no contexto das Leis das Estatais e do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).

Entretanto, o executivo citou pontos como a governança heterogênea e fragmentada da gestão da água, a falta de planejamento e de transparência, a estrutura tarifária, a regulação difusa, a ineficiência do setor, a falta de projetos básicos e de definição das prioridades e respectivos prazos, além da falta de garantia de prazo para liberação dos recursos (Caixa Econômica, BNDES) e a própria estrutura dos editais como entraves para aportes no setor. “No Brasil, as perdas na gestão da água chegam a R$ 10 bilhões/ ano, enquanto a média de investimento é cerca de R$ 8,5 bilhões”, disse Clark.

Na visão de Clark, uma tarefa primordial do BNDES é estruturar as transações para o setor de saneamento de forma que contemplem mais municípios em cada projeto, como forma de atrair investimentos de maior porte. “Para investir, precisamos de clareza nas responsabilidades e na regulação do setor, projetos mais estruturados, mais garantias e um melhor entendimento entre os setores público e privado. Os investidores estrangeiros deste setor se interessam por ativos maiores do que apenas disputar uma única concessão”, ressaltou o diretor presidente da Acciona no Brasil. “A lei das Estatais melhora as parcerias, mas muitas chamadas para as empresas participarem dão apenas dois meses para se avaliar o investimento, quando este deve ser muito bem analisado, por se tratarem de projetos de 40 anos”, exemplificou.

Entre as prioridades mencionadas pelo diretor presidente da Acciona estão a necessidade de planejamento estratégico das bacias, de se olhar a questão do esgotamento sanitário como matéria-prima, a necessidade de melhoria da eficiência na distribuição da água, com controle de perdas e exploração de novos mananciais; a importância de diversificação da matriz para solucionar a crise hídrica a partir de uma visão de médio e longo prazo; os projetos waste to energy, bem como a possibilidade de se investir em tecnologia, cuja aplicação ainda é limitada no País.