Aldeia indígena ganha estação de tratamento e purificação

06/07/2024
O projeto é uma realização da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil - FAMBRAS e a Fundação Mohammed Bin Rashid Al Maktoum Humanitarian & Charity

A Aldeia Yporã, que pertence às Terras Indígenas Tenondé Porã, localizada no extremo sul da capital paulista, vai ganhar uma estação própria de tratamento e purificação de água no próximo dia 11 de julho como parte de mais uma ação do projeto "Água, Saúde e Vida”, que visa viabilizar o acesso digno à água potável, promovendo saúde e bem-estar nas comunidades menos favorecidas. O projeto é uma realização da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil - FAMBRAS e a Fundação Mohammed Bin Rashid Al Maktoum Humanitarian & Charity, entidade do governo dos Emirados Árabes Unidos. Esta é a quarta estação instalada nas Terras Indígenas Tenondé Porã.

Em 2019, duas estações foram instaladas na Aldeia Tenondé Porã e, em janeiro de 2024, foi a vez de beneficiar a Aldeia Tekoa Porã. “É uma alegria seguir contribuindo com os indígenas, agora da Aldeia Yporã. Sabemos que havia uma carência de água potável e nos comprometemos a ajudar”, diz Delduque Martins, Diretor de Projetos e Relações Institucionais da FAMBRAS, e engenheiro civil sanitarista responsável pelo projeto e instalação. "Cada estação atende, em média, 200 indígenas". Localizada em Parelheiros, no extremo Sul da capital, as Terras Indígenas Tenondé Porã abrigam 14 aldeias, onde vivem cerca de dois mil indígenas em uma área total de 16 mil hectares. 

No Brasil, cerca de 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, segundo dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil em março deste ano. Na mesma ocasião, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que 2,1 milhões de crianças e adolescentes de até 19 anos vivem sem acesso adequado à água potável no Brasil. Há várias doenças associadas a condições precárias de abastecimento de água e higiene, entre elas, diarreia, infecções respiratórias agudas, desnutrição e verminoses transmitidas pelo solo. O projeto “Água, Saúde & Vida” utiliza o purificador de água Ecolágua, criado por Roland Vetter, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). A tecnologia utiliza raios ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em poucos segundos. O Ecolágua é capaz de purificar até 400 litros de água por hora. A eficiência de eliminação é de até 99,5% das bactérias e fungos da água. O aparelho, que pesa 13 quilos, contém uma lâmpada de luz ultravioleta acondicionada num tubo metálico. Quando a água passa por ele, recebe o ultravioleta e sai desinfetada. A lâmpada e a bateria do aparelho duram, em média, de três a quatro anos.  A energia que abastece o Ecolágua é solar – captada por meio de painéis. Abastece uma bateria instalada no equipamento que assegura o seu funcionamento mesmo na ausência de luz ou em dias chuvosos.