Sabesp conclui privatização e quer universalizar serviços até 2029

31/07/2024
O valor de R$ 67 por ação foi 18,3% inferior ao preço das ações negociadas em bolsa, quando foi confirmada a venda pulverizada

A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi concluída no dia 24 de julho de 2024 com o evento de toque de campainha na B3. A liquidação da oferta pública no dia 22 de julho encerrou o processo iniciado em 28 de fevereiro do último ano, captando R$ 14,7 bilhões, a maior oferta pública de 2024 nas Américas. O projeto marcado por muito trabalho, desafios e colaboração contou com o novo investidor estratégico, a Equatorial. A oferta pública da Sabesp atraiu a maior demanda de investidores institucionais, além de ser a maior oferta da história mundial no setor de saneamento.

O novo contrato de concessão já está em vigor entra em vigor e visa ampliar o atendimento com água tratada e coleta e tratamento de esgoto para áreas vulneráveis e rurais, além de passar a vigorar a tarifa reduzida, 10% mais barata para as tarifas social e vulnerável, 1% mais baixa para a residencial e 0,5% para as demais categorias. Benefícios e avanços que vão impactar diretamente a qualidade de vida das pessoas. "Parabéns a todos por esta conquista. Este projeto irá deixar uma marca emblemática em todos nós. Vamos expandir no Estado de São Paulo e participar de outros processos. O Brasil precisa da Sabesp. São quase R$ 1 trilhão para universalizar o saneamento no Brasil, e a Sabesp tem competência e estrutura de capital para perseguir essas oportunidades”, afirmou André Salcedo, presidente da Sabesp. A companhia pretende antecipar as metas de universalização de 2033 para 2029 e o Plano Regional de Saneamento Básico, que prevê investimentos de R$ 260 bilhões até 2060. 

A Sabesp atende 28,4 milhões de clientes em 375 municípios e a privatização ganhou orça após a aprovação do Novo Marco do saneamento há quatro anos. A Sabesp tem ações negociadas em bolsa desde 1997, e em 2023 registrou lucro líquido de R$ 3,5 bilhões. Na sua área de cobertura, 98% da população tem abastecimento de água e 93%, coleta de esgoto. "É uma empresa arrumada, mas empresa privada cobra tarifa mais barata de saneamento", disse Tarcísio de Freitas, governador do Estado de São Paulo. No modelo de privatização adotado, o mesmo valor por ação pago pelo acionista de referência foi aplicado na venda pulverizada, que rendeu R$ 7,9 bilhões – a maior parte comprada por fundos nacionais e internacionais. O valor de R$ 67 por ação foi 18,3% inferior ao preço das ações negociadas em bolsa, quando foi confirmada a venda pulverizada. Ao defender a privatização, o governo paulista ressaltou que prevê universalizar o saneamento até 2029, quatro anos antes do prazo, além de investimentos de R$ 68 bilhões na rede. O processo também destina 30% do valor líquido arrecadado com a privatização a um fundo para obras de saneamento e subsídios tarifários.