Novas concessões em 12 estados terão Investimentos de R$ 111 bilhões

24/08/2024
Instituto Trata Brasil, indica que, com o ritmo atual, a universalização só será alcançada em 2070

Segundo divulgado pelo Valor Econômico recentemente, estão previstos investimentos de R$ 111 bilhões em novas concessões para saneamento de água e esgoto em 12 estados brasileiros. Entre os projetos em estudo destacam-se iniciativas em Pernambuco e Pará, que serão leiloadas pelo BNDES ainda em 2024. Esses investimentos oferecem uma nova esperança para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento, criado em 2020 - acesso à água potável para 99% da população e tratamento de esgoto para 90% até 2033. 

No entanto, o estudo "Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024", do Instituto Trata Brasil, indica que, com o ritmo atual, a universalização só será alcançada em 2070. "Embora as metas do Marco Legal do Saneamento sejam ambiciosas, especialmente com o prazo de 2033, os investimentos recentes em novas concessões trazem otimismo para o setor. Com o suporte adequado e a continuidade desses esforços, podemos acelerar o alcance das metas", afirma Sibylle Muller, engenheira civil especialista em saneamento e CEO da NeoAcqua. A disparidade no acesso a serviços básicos mostra a necessidade urgente de acelerar investimentos e implementar projetos eficazes. A falta de saneamento adequado afeta não só a saúde pública, mas também a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico das comunidades. "Estamos a menos de uma década do prazo para alcançar a universalização do saneamento, um compromisso que o Brasil assumiu com seus cidadãos. No entanto, ainda enfrentamos grandes desafios, como o fato de que cinco capitais do Norte e três do Nordeste tratam menos de 35% do esgoto gerado. Os investimentos em concessionárias são cruciais para reverter esse cenário e mitigar o problema", destaca Sibylle Muller.

Esses projetos podem melhorar significativamente a infraestrutura de saneamento e gerar benefícios para a saúde pública e a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Se os investimentos não forem robustos ou houver uma desaceleração nos projetos, o Brasil poderá enfrentar sérios problemas de saúde pública e aumentar as desigualdades regionais. Portanto, é essencial que o Brasil mantenha o foco e a urgência na realização dessas metas para garantir um futuro mais saudável e sustentável para todos os brasileiros.